sábado, 26 de abril de 2008

Centro Cultural Nova Milano


Arquiteta Flávia Schneider - PUC (2005)

Farroupilha é o berço da colonização italiana no Estado do Rio Grande do Sul. As primeiras famílias de imigrantes desembarcaram na localidade que posteriormente passaria a chamar-se Nova Milano (atual distrito de Farroupilha) em maio de 1875, vindas da província de Milão, Itália.
Hoje Farroupilha com mais de 60 mil habitantes e no eixo Bento Gonçalves X Caxias do Sul, não disponibiliza de um local para eventos e atividades de grande porte. A intenção foi de criar um local para o desenvolvimento de múltiplas atividades, enfocando a cultura italiana local e destacando Nova Milano no roteiro turístico por ser o Berço da Imigração Italiana do Rio Grande do Sul, então a proposta do Centro Cultural Nova Milano.


MEIO SÉCULO DE HISTÓRIA - SOCIEDADE MOINHOS NOVA MILANO
Tudo começou em 1935, quando um grupo de moradores de Farroupilha e Nova Milano se reuniu para construir um MOINHO, formando uma sociedade limitada por cotas, tipo uma cooperativa. Ao todo eram 85 sócios.Construído e equipado, entrou em funcionamento no final de 1937.
Trata-se de um prédio de alvenaria, próprio para a instalação de um moinho para moagem de trigo, milho, arroz e outros. Todas as fundações foram feitas com pedra de basalto triangulares de 45cm de espessura. As paredes são de tijolo maciço rebocado internamente com cimento areia e tinta a base de cal na cor branca. As tesouras da cobertura são em madeira de pinho e fechamento em telha de barro tipo francesa. Foi feita a inclusão do forro devido a nova ocupação que o estabelecimento está recebendo. O piso é em tábuas de madeira de pinho, assim como o vigamento. Para a nova ocupação todos os materiais passarão por um tratamento e recuperação, havendo apenas a substituição em caso de alta precariedade do material.
Para manter a ambientação que o moinho tinha na época de seu funcionamento a proposta é de manter o maquinário existente. No pavimento inferior permanece o transmissor de força, formado por um motor de 18HP e um conjunto de rodas acopladas a um eixo que através de correias movimentam os cilindros existentes no térreo. Parte do maquinário existente veio da Alemanha Ocidental.
Nas instalações do moinho haverá apenas áreas de exposições, com temas referentes a imigração italiana. O acesso se dará a partir de uma passarela instalada na fachada lateral que cruza o prédio até o volume da circulação vertical treliçado com fechamento em vidro.
O auditório tem acesso independente ou por passarela treliçada a partir do moinho. A caixa rotacionada em concreto armado aparente se destaca pela autenticidade volumétrica e pela materialidade.
A partir da avenida principal Monsenhor Albino Agazzi, o pedestre visualiza apenas a volumetria do bar/café e ao se aproximar percebe que o prédio acomoda também um restaurante com capacidade para mais de 90 pessoas.
Com um terreno de acesso pelas duas faces foi criada um área de estacionamento para 51 vagas. A locomoção até o moinho pode se dar por duas formas, via rampa ou pela passagem entre o auditório e o restaurante. A rampa se destaca pelo percurso e por se posicionar ao lado do restaurante com a fachada envidraçada o pedestre acompanha as atividade no interior do prédio.

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